A Inteligência Artificial faz parte do nosso dia a dia há alguns anos. Mas, nos últimos meses, o Chat GPT, com seus 100 milhões de usuários em menos de 2 meses, popularizou o papo sobre o tema. Vamos entender melhor o que é essa tecnologia?
Mas, afinal, o que é esse tal de “Chat GPT” de que tanto se tem falado?
Trata-se de um Chatbot, programa de computador que tenta se passar por um ser humano ao conversar com as pessoas, criado pela Open IA, organização sem fins lucrativos que visa o uso responsável de inteligência artificial. Entre seus fundadores está a figurinha carimbada no mundo da tecnologia: Elon Musk.
Mas então o que ele tem de diferente da Lu do Magalu? Da Aura da Vivo? Da BIA do Bradesco?
Para começar, esses outros chatbots não foram alimentados com uma base de dados tão grande quanto a do “Chat GPT”. Este possui mais de 570 GB (gigas) de documentos, compondo um acervo de mais de 40 bilhões de palavras.
Mas, a principal diferença está na capacidade de criar textos coerentes, contextualizados e naturais, que realmente convencem o leitor de que foram escritos por um ser humano.
O Chat GPT é capaz de responder perguntas, descrever imagens, e chama a atenção pela capacidade “criativa”, podendo escrever histórias, criar roteiros e até mesmo peças publicitárias.
Além disso, consegue aprender com as perguntas e respostas, se adaptando a diferentes situações e melhorando sua entrega.
Chat GPT e o Teste de Turing
Para os entusiastas de ficção científica como “2001: Uma Odisséia no Espaço”; “A.I - Inteligência Artificial”; “Eu, Robô”; “Ex-Machina”; “Her” a ideia de uma máquina conseguir se passar por um humano já é mais conhecida, apesar de ainda causar certo desconforto.
E o que comprova esse potencial do “Chat GPT” é o fato dele ter passado, em dezembro de 2022, no Teste de Turing.
Em 1950 o matemático Alan Turing criou um teste - “Jogo da Imitação” - para analisar a inteligência de uma ferramenta com base em sua capacidade de conversar com um humano e este não reconhecer que está falando com uma máquina.
Apesar de já estar ultrapassado, passar neste teste é um indicativo das habilidades sociais; de processamento de linguagem natural e de gerenciamento de diálogos da ferramenta.
Inclusive, de acordo com a revista Fortune, a IA já teria passado até mesmo no exame “The Bar", que é a versão estadunidense da nossa “ prova da OAB”.
Seria o fim do Google?
Antes mesmo do lançamento do chatbot, a dominância do Google como mecanismo de pesquisa já vinha sendo ameaçada pelo TikTok. Em 2022, a rede social foi apontada pelo New York Times como principal buscador da geração Z.
E, com o sucesso do Chat GPT, não demorou para surgirem especulações de que esse seria o fim do Google. Mas, a gigante da tecnologia não pretende perder esse posto sem lutar.
No início de fevereiro, o Google anunciou o lançamento do seu chatbot inteligente: Apprentice Bard.
Ele ainda está em fase de testes entre funcionários internos e alguns usuários selecionados, mas, segundo a empresa, os recursos do Bard devem começar a aparecer em breve nas páginas de Busca do Google.
Qual a diferença entre o Chat GPT e o Apprentice Bard?
Tudo indica que a maior diferença entre os chatbots seja o fato de Bard incluir fatos recentes em suas respostas, enquanto o Chat GPT só tem conhecimento de eventos anteriores a 2021.
Isso porque o chatbot do Google é fundado no modelo de LaMDA, capaz de acessar informações da internet.
Em 2022, Blake Lemoine, engenheiro de software sênior de IA do Google na época, descreveu o LaMDA como um ser vivo autoconsciente. O engenheiro foi demitido logo após a levantar essa problemática.
Quem mais está na corrida da inteligência artificial?
A Open AI e o Google não estão sozinhos nessa busca.
Mark Zuckerberg anunciou, também em fevereiro, o lançamento da IA da Meta. “LlaMA” é uma ferramenta voltada para o uso em pesquisas de IA. Isso significa que ela não estará aberta para o público em geral, mas apenas para pesquisadores e entidades afiliadas ao governo, sociedade civil e academia.
A Baidu também anunciou Ernir Bot, que, a partir desse mês (março), deve ser integrado em todas as operações da empresa, como mecanismo de busca, serviço de nuvem e sistema operacional para carros.
Inegável que essa “Guerra Fria” alavancará ainda mais os investimentos nesse tipo de ferramenta e as funcionalidades serão cada vez mais ousadas.
Assim, questiona-se: Será que a inteligência artificial logo terá capacidades funcionais semelhantes às do ser humano?".
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